Uma das muitas funções da arte é contar a história de seu tempo, tanto que sem ela saberíamos pouca coisa sobre o mundo. E é com essa atenção e sensibilidade que o artista Paulo Santana pinta a vida ao seu redor, captando cenas e paisagens na antena de sua sensibilidade.
Nascido em Recife, Paulo passou boa parte da vida entre as capitais alagoana e pernambucana. No entanto, há 27 anos vive em Maceió. Desde criança se interessou pelo desenho e pintura, a qual se incorporou a sua vida e nunca mais a largou.
“Quando fui fazer Engenharia em Recife eu comecei a entrar em cursos de pintura e tomei contato com a parte técnica que me deu um suporte muito grande”, diz ele. “Dedico muito do que sei ao professor Getúlio Motta, que é daqui e é quase que esquecido. Até hoje eu lembro o cheiro da sala e ele me ensinou bastante”, relembra.
Paulo também estudou com outro histórico nome da pintura alagoana, Pierre Chalita. “É mais até para você estar perto do burburinho, do movimento”. Paulo começou seus experimentos com tinta guache e desenho, até obter a preferência pela tinta a óleo.
“A minha técnica é muito tradicional, não me enveredo muito por vanguardas. Já experimentei muita coisa e isso para mim perdeu o sentido”, comenta. Para ele, o caminho está em sua raiz. “Hoje eu pinto basicamente paisagem, óleo sobre tela ou painel, numa linha que se pode dizer que seja impressionista.”
Suas telas já compuseram muitas exposições coletivas e algumas individuais, principalmente em Recife. Atualmente ele se utiliza muito da Internet para divulgar seus trabalhos. “Nessa questão de exposição sou um pouco recluso”, revela.
Em busca das paisagens, Paulo Santana é adepto da pintura ao ar livre. “Gosto de praticar o plein air, colocar o cavalete nas costas com as tintas e sair por aí procurando uma cena de paisagem”.
Além dos olhos atentos por onde anda, sua mente está sempre matutando composições visuais. Seu processo de produção além de livre, engloba também os suportes para suas telas. “Isso toma um tempo, passo boa parte da semana montando os suportes e pintando nos finais de semana”.
Um de seus pontos preferidos na cidade é a balança do peixe na Ponta Verde e o porto de Jaraguá. “Gosto muito desse contraste da cor do mar com os navios e aqueles guindastes. Esse ambiente de cais me deixa muito à vontade”, diz ele.
Para a sua intervenção na logomarca do blog Aqui Acolá, Paulo destaca suas pinceladas impressionistas características envoltas a logo do Aqui Acolá.
*Texto: Nicollas Serafim | Reedição: Iranei Barreto | Créditos das imagens: Acervo pessoal do artista
Link da 1ª publicação da matéria de 10 de dezembro de 2018:
https://aquiacola.net/2018/10/12/paulo-santana-retratando-horizontes/