ADRIANA JARDIM | A série “Intervenção” já está em sua 27ª edição, algumas delas marcaram fortemente nossa trajetória. O #SeloAquiAcola5anos Nº03 relembra o trabalho encantador realizado em julho de 2016, pela artista Adriana Jardim.
Seus trabalhos com papietagem e suas esculturas surrealistas e quase infantis conquistam os olhares do público. Utilizando o papel como matéria-prima fundamental, ela constrói mundos fantásticos e tridimensionais, transportando a fantasia e o colorido para a arte contemporânea.
Com mais de 20 anos de carreira profissional, Adriana diz que a arte acompanha sua vida desde que nasceu. “Mesmo criança já rabiscava e minha mãe também sempre me estimulou. Ela criava brincadeiras que envolviam desenho e outras atividades artísticas e tudo foi se potencializando”, diz ela. “Na adolescência comecei a pintar telas e isso foi me definindo”.
Sua curiosidade e vontade de aprender continuaram levando-a a outros ramos das artes visuais. Frequentou a Escola de Arte de Salles, fez cursos de cerâmica escultural, e com a prática diária aliada às suas ideias e talento, toda essa bagagem começou a tomar forma. Em 2006 tomou contato com a técnica da escultura em papel, a papietagem, e de lá pra cá vem desenvolvido belíssimas obras misturando essa técnica com outras linguagens artísticas como a pintura em tela, criando dando uma característica forte e uma identidade ao seu trabalho. “Consegui me adaptar muito bem ao papel, por ser um material leve, fácil de encontrar e de se trabalhar”, revela.
Com a técnica mista, ela também utiliza outros materiais para compor suas obras. “Gosto de usar coisas diferentes como parafusos, botões, contas, arames. Procuro objetos que estão meio perdidos em casa ou na rua e começo a pensar de que jeito eu posso reaproveitá-los em alguma peça”, diz ela. “Isso também é um exercício e uma motivação para criar.”
Segundo ela, seu trabalho é difícil de ser categorizado. “Eu tenho as técnicas, mas eu gosto de me sentir livre para trabalhar”, comenta. “Acredito que minhas obras sejam atuais, mas com um toque retrô. Tem muito do surreal, da fantasia e do faz de conta, também.”
Adriana Jardim também é psicóloga, mas mesmo assim não se desliga do mundo da arte. “Utilizo a linha da Arte Terapia e me divido entre essas duas funções. Mas a arte sempre acaba ficando mais presente na minha vida”, afirma. Além disso, trabalhou muitos anos em agências de publicidade com design gráfico, obtendo uma formação em arte digital. E atualmente também ensina a arte em papel machê e papietagem através de oficinas que ministra em sua casa.
Seu trabalho com esses materiais já foi reunido em sua primeira exposição individual em 2008, no Museu Théo Brandão. De lá pra cá, vem participando de inúmeras mostras coletivas nos espaços da cidade. Adriana Jardim também demonstra outra faceta, a de pintura em grandes dimensões – seus desenhos e cores podem ser contemplados no Muro do Porto de Jaraguá e no viaduto da Praia do Francês em Marechal Deodoro, todos em parceria com Marta Arruda.
Créditos da reedição : Iranei Barreto e Nicollas Serafim | Créditos das imagens: Acervo pessoal de Adriana Jardim
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