O artista cearense e radicado em Alagoas Pedro Caetano se utiliza da pintura para externar seus pensamentos, sentimentos e inquietudes. Suas telas revelam a intimidade de seu interior e são os suportes para sua forma de expressão maior com o mundo. Ele é o artista homenageado do Aqui Acolá e falou sobre os caminhos que a arte abriu em sua vida e seu processo de intervenção na logomarca do blog.






Natural de Fortaleza, mas residente em Maceió há muito tempo, Pedro já se considera alagoano. Foi a partir do encantamento com as imagens e o desenho ainda criança que escolheu cursar Arquitetura. Atualmente, divide seu tempo entre pintor e arquiteto.
“Considero-me um artista plástico que se utiliza da pintura como veículo para expressar ideias, emoções e sentimentos tudo manualmente, isto é, minha arte não possui uma matriz duchampiana e eu não me aproprio de objetos do cotidiano, eu me aproprio dos meus pensamentos e sentimentos”, revela ele, citando o francês Marcel Duchamp, vanguardista do início do século 20.






“A arte sempre esteve presente na minha vida. Desde criança eu desenhava e lembro com muito orgulho que esse foi o motivo pelo qual escolhi a arquitetura como profissão, depois migrei para a pintura”, relembra. “Mas sempre me interessei muito por música, também. Dizem que arquitetura é a música congelada, e eu extrapolo o pensamento para a pintura. Vejo muitas analogias entre a música e a pintura – tons surdos, tons berrantes, cheios e vazios, silêncios e vazios”.
Pedro conta que tem uma admiração pelos pintores expressionistas alemães, além dos cubistas Georges Braque e Pablo Picasso. “No Brasil, Di Cavalcanti, Iberê Camargo e Cândido Portinari são meus ídolos maiores”, comenta.
A respeito de onde suas obras se situam no imenso horizonte dos movimentos artístico-visuais, ele prefere não cravar com certeza. “Posso dizer que meu trabalho parte do modernismo. Tenho como referência o expressionismo e o cubismo, mas não sei se é pra lá que minha pintura vai”, reflete. “Tem uma frase de Egon Schiele que gosto bastante que diz assim: A arte não pode ser moderna, porque ela é eterna”.








Utilizando sempre a pintura acrílica sobre tela, Pedro vem apresentando suas obras em mostras coletivas desde 2008 tanto em Maceió, quanto em outras cidades como Fortaleza e São Paulo. Também já possui no currículo três exposições individuais – a primeira “Na janela do olhar” ficou em cartaz na Fundação Pierre Chalita em 2012; dois anos depois ocupou o Divina Gula com o trabalho intitulado “Exposição Divina”. Sua mostra mais recente foi “Ranhuras” em 2015, no qual conseguiu expor em Maceió e Fortaleza.
Atualmente, sua tela chamada “Namorados em Pajuçara” está em cartaz na Casa Cor do Rio de Janeiro, no ambiente criado pelas arquitetas Cristina Cortes e Cláudia Santana. Além disso, ele pretende ainda em novembro fazer sua nova exposição em Maceió.
Para sua intervenção na logomarca do blog Aqui Acolá, Pedro fez dois quadros que se complementam, compondo um díptico.


“As duas telas são para dar a ideia de dois lugares – aqui e acolá”, revela. “E resolvi geometrizar as letras para não ficar uma abordagem um tanto literal demais, e com bastante tinta como gosto de usar nos meus trabalhos”.
f: pedro caetano | IG: __pedro__caetano__