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Série Nossa Música: Júnior Almeida despido em novo disco

Com 30 anos de estrada, som e poesia, o cantor e compositor Júnior Almeida se prepara para lançar seu novo trabalho. Ele conversou com o Aqui Acolá sobre o disco “Nu”, que será levado ao público ainda este ano, e falou sobre sua trajetória artística que o levou a ser reconhecido como um dos grandes expoentes da música alagoana no Brasil.

Com 30 anos de estrada, som e poesia, o cantor e compositor Júnior Almeida se prepara para lançar seu novo trabalho. Ele conversou com o Aqui Acolá sobre o disco “Nu”, que será levado ao público ainda este ano, e falou sobre sua trajetória artística que o levou a ser reconhecido como um dos grandes expoentes da música alagoana no Brasil.

Nascido em Maceió, Júnior passou a infância no centro da cidade e, segundo ele, não há lembrança de sua vida em que a música não esteja presente. “Nesse tempo, o grande tocador de música era o rádio e na minha casa ele vivia sempre ligado”, lembra. Com o rádio, recebeu as primeiras informações musicais e aprendeu a ouvir de tudo. “Foi uma infância muito rica. Brincava muito de música, era tímido, mas gostava de cantar meio escondido”.

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Foto: Acervo do artista

Mais tarde, tomou contato com o rock através do amigo Alexandre Casado e foi apresentado a bandas como Rolling Stones, Led Zepellin, Deep Purple e Mutantes. Nesse período, passou a frequentar muitas comunidades de jovens católicos. “Eram lugares onde as pessoas tanto se reuniam como buscavam respostas para questões espirituais e sociais mesmo. Na época a gente estava saindo de uma ditadura e era um lugar bacana de discussão, além de se tocar muito”. Durante esses encontros, por volta dos 16 ou 17 anos de idade, Júnior conheceu Emídio Magalhães, e o novo amigo despertou-lhe a curiosidade do violão. “Eu aprendi vendo-o tocar, na verdade. Depois corri para as revistinhas”.

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Foto: Acervo do artista

Mesmo com a música sempre presente nos ouvidos e em sua cabeça, ela só veio tomar proporções mais sérias um pouco mais tarde. Foi estudar no Rio de Janeiro e, presenciando a intensa vida artística carioca, a provocante e agradável pulguinha da música começou a coçar-lhe a orelha. “Voltei pra Maceió para um período de férias, e aqui estava acontecendo um movimento muito forte com os festivais universitários promovidos pelo DCE. Eram muito falados e concorridos”.

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Foto: Acervo pessoal do artista

Reuniu-se com alguns amigos que compartilhavam seu dilema de estar cursando uma faculdade, mas loucos para fazer música e compuseram a canção “Cabeças de Pitomba” para o festival. Apresentaram-se em 12 pessoas com o nome de Caçoa Mas Num Manga. “Mesmo não nos classificando para a final, viramos uma atração do festival. Após isso, nós começamos a ser chamados para tocar em vários eventos”.

Durante um ano, o Caçoa Mas Num Manga deu a Júnior tanto a experiência de palco e música que ele queria experimentar, quanto a oportunidade de vencer sua timidez de cantar. No ano seguinte, participou sozinho do festival e ganhou o primeiro lugar com a música “Lúcia Colagem”, dando-lhe o veredicto final de que o caminho da música era a escolha de sua vida.

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Foto: Acervo pessoal do artista

Daí para o primeiro disco foi outra longa estrada. Além do processo natural de maturação do artista, em Maceió não existia estúdio. “Minha primeira gravação foi uma fita cassete, na verdade, com o Almir Medeiros, chamada Transparências”. De lá pra cá vieram os discos “A lua não pertence a ninguém”, “Dias de calor”, “Limiar do tempo” e “Memória da flor”, álbum que alavancou sua carreira para outro nível, com lançamento nacional, música em novela e participações e gravações de Ney Matogrosso e Mart’nália.

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Foto: Acervo pessoal do artista

Seu novo disco, chamado “Nu”, está previsto pra ser lançado até novembro. “Finalizamos agora a mixagem. É um trabalho diferente e foi o mais fácil de ser feito até agora”, revela. Segundo ele, o título é derivado da intensa intimidade em que as músicas são apresentadas.

“A ideia era fazer um disco enxuto, onde a voz e a poesia fossem prioridades, e que, de certa forma, os excessos sobrassem. Eu gosto muito desse tipo de formato, um quase voz e violão”. Participaram das gravações os amigos e parceiros de sempre: Toni Augusto na guitarra e violões; Almir Medeiros tocando cello, saxofone e clarinete; e Bruno Palagani no cavaquinho e bandolim. O trabalho ainda conta com as participações especiais do baixista Fernando Nunes, e dos cantores Zeca Baleiro e Mart’nália.

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Foto: Acervo pessoal do artista

Para Júnior, o momento é sereno e de tranquilidade quanto à carreira. “Estou gostando muito desse trabalho por isso. A única coisa em que pensei foi fazer algo que sentisse que fosse a minha verdade”, diz. “Foi um trabalho extremamente prazeroso. Os dias de gravação foram ótimos, a gente se divertia pra caramba.”

Os planos incluem um lançamento com show e a inserção das músicas em todas as plataformas digitais. “Quero fazer o que eu não pude com os outros. No sentido de divulgação, acho que eles foram muito acanhados”, comenta. “Ouvindo as gravações hoje, acho que é o disco mais parecido comigo e estou muito feliz com o resultado”.


Créditos das imagens: As imagens presentes neste post são do acervo pessoal de Júnior Almeida. 

2 comentários

  1. Artista de talento incrível e que admiro pela suavidade que coloca em suas canções. Parabéns Nicollas Serafim pois seu texto revelou e deixou no leitor a vontade de saber mais sobre esse artista que já é referência no cenário da música alagoana.

  2. Junior Almeida é um artista surpreendente! Seja melodicamente falando, seja como compositor, como intérprete, ele é talentosíssimo!

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