Além dos shows, apresentações teatrais, cinema e circo, a 25ªedição do Festival de Inverno conta também com circuito de exposições espalhadas pela cidade. No Sesc estão duas amostras: “Um itinerário gráfico”, da pintora e ilustradora carioca Beatriz Milhazes; e “Relicário: memórias e afetos”, resultado de um acervo de 16 anos do professor Josevaldo Araújo de Melo. Ambas ficam em cartaz durante os dias de festival, abertas ao público de domingo a domingo, das 9h às 21h.
As exposições encontram-se em um mesmo ambiente na Galeria de Arte Ronaldo White do Sesc Garanhuns, mas em pisos diferentes.Próximas fisicamente, representam expressões artísticas completamente distintas, mas que se assemelham ao expressarem os valores da nossa cultura.

Itinerário gráfico
A primeira “Um itinerário gráfico”, apresenta a obra gráfica de Beatriz Milhazes. Para quem ainda não conhece o trabalho da artista, formas, cores e geometria são um convite à interpretação entre o que está escrito na descrição do quadro e a percepção no contato inicial com a obra.

Enredado nos fios de contas, flores, rendas, listras e tantos outros motivos presentes na diversidade de repertório de Milhazes, o visitante tem sua atenção capturada e durante todo o trajeto é desafiado e seduzido. Ao final da mostra, um simpático monitor explica detalhes da construção das imagens e convida você a contribuir com um desenho e tornar-se parte da exposição.

A individual de Beatriz Milhazes é itinerante e fica em cartaz em Garanhuns até 02 de outubro. A carioca se destacou no cenário internacional das artes plásticas a partir da década de 90 e, desde então, segue sendo uma das artistas brasileiras mais bem-sucedidas mundialmente. Desde os anos 1980 mantém um interesse pela unidade entre cor e forma, observada em Matisse, e pela estrutura especial de Mondrian. Em Tarsila do Amaral encontrou o colorido e as temáticas do brasileiro.

Memórias e afetos
Depois de um lance de escadas, o visitante é convidado a embarcar em um universo de recordações marcado pelo regionalismo de peças esculpidas em barro, madeira, cerâmica e argila, presentes em toda a construção da mostra “Relicário: memórias e afetos”.

Mensagens nas paredes dividem a atenção do visitante e faz pensar o quanto é poderosa a memória afetiva despendida nos objetos que sempre tem o que nos falar. As esculturas dispostas em belíssimos móveis torna ainda mais agradável o passeio.

As 110 obras em exposição fazem parte do Acervo Josevaldo Araújo de Melo, que conta com mais de 2 mil, coletadas durante 16 anos e oriundas de vários lugares por onde viajou. As esculturas expostas em “Relicário: memórias e afetos” foram feitas em sua maioria por artesãos garanhuenses Mestre Veríssimo, Romualdo e Marcos Siqueira. A mostra tem curadoria de André Vitor Brandão e Valquíria Dias, com supervisão do professor Josevaldo.